quarta-feira, 29 de abril de 2009

Quem somos nós?

Há quem diga que somos homo sapiens, seres pensantes, produtos de uma big explosão, descendentes de macacos, derivados primitivos ou até mesmo uma espécie de gafanhotos usurpadores.

Partindo do princípio da assustadora física quântica: nada é sólido. A matéria é mutável e podemos modificá-la com o nosso pensamento. Não estou falando do livro “O segredo” que não me passa de um guia de conduta para leigos. Mas também não vou mentir que me vislumbrei com as palavras ditas por Rhonda Byrne. Recortei imagens de um lindo crossfox “cor de cocô” (e na época é bem verdade que vi muitos pela rua, mais que o normal eu diria.) e achei que podia ganhar um apartamento sorteado apenas com a força do pensamento. Também não estou aqui a falar do longa “Quem somos nós” dirigido por Betsy Chasse , Mark Vicente e William Arntz. Afinal de contas, como acreditar em livros e filmes que se encontram na categoria de auto-ajuda? Por que necessitamos ser “auto ajudados”? Porquê não sabemos quem somos.

Ignorando um pouco os cientistas, vejamos: Se pararmos pra pensar (eliminando o fato de que nunca paramos pra pensar, pois, já estamos pensando) somos tudo aquilo que nos convém, e não apenas o diferente dos outros. Claro que o que nos difere é sempre fanático. Aliás, fanatismo deveria ser o nosso segundo nome. Se em nossa horta dá tomate e não dá agrião, é porque o agrião não nos serve. Ainda que haja outros povos (loucos) que consomem o agrião. Mas a partir do momento que passamos a comercializar o nosso tomate, o agrião já não é tão estranho, uma vez que variar o cardápio e lucrar com isso, é um dos melhores rompantes dos seres humanos. Percebem que o que nos move é um estouvamento coletivo?!

Somos capazes de sermos o que somos seguindo o comportamento do outro, aliado aquilo que nos faz bem, ou não. O termo “Maria vai com as outras” é completamente adaptável a todos. Ninguém está livre de ser uma “Maria”. Somos um ambulante de intertextualidades. Viajem um pouco, libertem suas mentes… Somos um absorvente gigante com uma língua enorme que aprova e desaprova tudo ao redor! Seria lindo se o absorvente não fosse associado àqueles imprestáveis dias femininos, mas, esqueçam essa parte.

Caros amigos, discutir quem somos é uma verdadeira bobagem. Somos tudo aquilo que queremos ser, que dá vontade. Não se reprimam por nada, quem te julga não sabe o que perde em viver sendo o que gosta. Essa mania de classificarmos tudo é meramente idealizada por poucos que nos querem embaixo de suas asas, que nos querem infinitamente numa escala menor, que nos incluem numa corrida maluca sem ao menos nos perguntar se nela queremos estar. Somos abstratos dotados de espontaneidade, intenção, ânimo, domínio, necessidade, desígnio, talante, capricho e todas as outras sensações que ainda não demos um nome! E é isso que verdadeiramente importa. Isso somos nós. O resto talvez nunca iremos saber. Quem sabe sentir tal qual o pescador com os horários de suas marés…

4 comentários:

  1. Muito interessante, Teka.
    Gostaria de me posicionar sobre o seu texto.
    Quando classifica "um guia de conduta para leigos", a que tipo de leigos está se referindo? Alguém que não sabe nada?? Acho meio complexo. Almejar um apartamento e acreditar que conseguirá ele pelo pensamento é realmente surreal, porém almejar um apartamento a partir do potencial que encontra em você e na execução do seu trabalho já me parece mais sensato. O livro a que se refere é, em minha opinião, muito interessante porque eu junto suas frases à experiência que adquiri ao longo dos anos e encontro resultados. Já encontrei.
    Acho que a leitura é justamente isso: Acréscimo, sempre. Partindo de um ponto, agregando do itinerário, chegaremos a outro com muito mais experiência.
    Adorei seu texto. Parabéns!

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  2. Legal o posicionamento de Natureza!
    Ela tem uma suavidade tão elegante para expôr seu ponto de vista...
    Teka, não tenho a sutileza de Natureza, me perdoe se parecer austera (não é,nem de longe, a minha intenção), mas minha "natureza" é outra... nem melhor, nem pior... só OUTRA!
    Li tbm "O Segredo", vi tbm o filme, e a física quântica tem uma visão bastante interessante a respeito do poder da palavra e do pensamento. Veja KAU MASCARENHAS. Acho que as respostas podem estar em qq lugar: em sinais que encontramos em livros (quaisquer que sejam), em bulas, em out dors, enfim...a vida dá sinais! Não importa as fontes.Só importa nossa "abertura" p/ passarmos da ação de VER p/ ação de ENXERGAR.
    Como diz Natureza - NÃO A MINHA, MAS A NOSSA...RS- é uma questão de bom senso.
    Como disse VOLTAIRE: "Posso não concordar com o que vc diz mas defenderei até a morte o seu direito de dizer".

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  3. Natu, quando digo "leigos", me refiro ao fato de o livro propor nos ensinar como usar a lei da atração ao nosso favor, de maneira muito comercial. Por ex: como posso ter tal coisa? Vai lá no livro e consulta.

    Clau, você pode se posicionar da maneira que quiser, e eu sempre terei a imagem de uma mãezona super fofa!! Quer me adotar não? hehehehehe
    Quanto aos sinais, oh yes, a vida nos dá. Em livro, imagem, filme... O que for. Apenas penso que livros de auto-ajuda é o cúmulo porque os autores fazem dinheiro a partir de nossos anseios, dificuldades; eles comercializam isso, portanto, acho o formato deste tipo de leitura metódico demais e pouco sensitivo quando o assunto é "vida".

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  4. Teka,

    O pensamento é uma boa ferramenta para se lapidar desejos e vontades, não tenha dúvida quanto a isso. A Seicho-No-Iê uma religião de origem japonesa diz que: se quer alguma coisa, idealize primeiro, visualize. E diz, para sermos detalhista, minunciosos, não basta querer uma casa tem que esmiuçar até as flores e cores dos quartos e jardins.

    Agora Natureza traz um ponto importante, não basta sonhar e esperar, a mesma Seicho-No-Iê, diz que: o desejo acontece no mundo fenomênico(mental), mas que devemos nos esforçar para que aconteça.Trabalho e esforço físico.

    Quanto ao material de Auto-Ajuda, de fato creio que ajuda e auto-ajuda, mas da mesma forma que você, ainda vejo muitas máscaras e métodos da Nissin(sabe como é?Que você faz de forma instântanea?).É um mercado promissor, estou esperando a minha vez, também sei fazer ouro.

    Mas, esse tipo de " ciência" deve acontecer de outro modo, como você comenta Teka, " como posso ter tal coisa? Vai lá no livro e consulta."

    Infelizmente, qualquer coisa que nos diga algo ou não.O sistema, mercado, seja lá quem for o individuo transforma em rentabilidade. Eis um dos problemas.

    Agora, ainda assim materializar uma casa na Barra de frente para o mar,é justo e verdadeiro, mas requerer um baita força de pensamento com uma Forma-Pensamento alvejada e limpa a todo momento(máquina de lavar mental, ou braços fortes e persistentes, mentalemtente falando).

    Um pedido. Um pedido é matemática pura e português,deve ser bem desejado e calculado.

    Não tenha dúvida, quanto a isso.

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