quarta-feira, 17 de junho de 2009

Artigo corrigido

A sensação que se tem ao assistir “Eu me lembro” do Edgard Navarro é única. Ele reúne as fases de sua vida em uns 90 minutos fantásticos. Não importa a idade que você tenha, há coisas pelas quais todo mundo passa, independente do ano em que nasceu.

O curso da história segue de forma linear. Uma escadinha mesmo, menor para maior. Se teve intenção de ser padrão ou não, aparentemente pouco importou. Qualquer um se vê na trama. Se vê na descoberta de uma palavra proibida, da curiosidade sexual dos outros, o ato de bisbilhotar, de se enfiar na barra da saia da mãe, urinar de medo do pai, acreditar em histórias de amiguinhos, ter uma Maria louca, duvidar de Deus, enlouquecer questionando a crueldade humana, fumar maconha, ter alucinações.

Assim como tudo na vida acontece de forma gradual, o filme procede. O gostoso de assisti-lo é justamente isso. Percebemos as mudanças do Guiga, de acordo com suas experiências. Ele perde medo do pai quando cresce e tem o discernimento para se defender, expor seus sentimentos e argumentar. Assim como nós temos aquela discussão em que define a relação com nossos pais. É aquele momento em que você diz: “eu não sou o que você quer que eu seja.” Quando ele se sente completamente livre de tabus e regras, permite-se conhecer a si mesmo testando seus limites, o contato com as drogas é uma evidencia disso.

“Um ciclo após o outro”, disse o Edgar Navarro no encontro que teve conosco na UFBA, portanto, sendo um filme sobre o Edgard, não há muito que questionar em relação á temporalidade inserida no contexto da trama. A não ser que procuremos questionar o marketing programado para o filme, a fim de atingir o maior público possível.

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