A última aula foi interessantíssima. Ok, um clichê essa frase, que por hora não diz absolutamente nada (risos).
Mas é fantástico e assustador pensar nessa louca evolução que nos sucumbe sem que nós percebamos as mudanças em que mergulhamos e consentimos ao nosso corpo. Costumo imaginar que daqui a um tempo, além de não ter mais cabelo, nem dentes, serei uma corcunda “perfeita” de tanto que me debruço diante deste notebook satânico.
É difícil dizer se a tecnologia foi boa ou ruim para nós. Toda máquina vem com uma série de propósitos e intenções que depositamos nela, assim como as palavras, e como diz a Emília do Sítio do Pica-Pau amarelo, “o problema da humanidade é a comunicação”. Se esta é um problema, imagine as máquinas.
Creio que de todas já criadas, o relógio é o mais interessante. Eu por exemplo, sou super metódica e de bem com as horas. Costumo ser pontual e faço tudo baseado no tempo. À noite arrumo todas as minhas coisinhas para aula da manhã seguinte e á tarde, para aula da noite. Não sei o horário certo dos ônibus, todavia, tenho um senso de orientação incrível, que até sem o bendito relógio, eu sei que horas são. A minha maior dificuldade é me relacionar com a espera. Odeio gente que se atrasa e preciso muito de música para manter a estabilidade num engarrafamento. Aliás, coisa mais maravilhosa que já inventaram foi a “música-portátil”. Desde a era do discman, eu já me mantinha normal dentro de um ônibus.
Deixando de lado essa minha obsessão sistemática, há muito mais além dos relógios. A evolução tecnológica anda de braços dados com a temporalidade. As clínicas de estética que o diga, aliás, estética lida diretamente com a simetria, o que será um problema para nós quando ficarmos carecas, sem dentes e corcundas. Seres humanos estão cada vez mais recorrendo ás cirurgias para prolongamento da idade e consequentemente da espécie, já que humano de bem com a vida, faz mais sexo.
Não sei o que será de nós, mas vale a pena refletir se não estamos velhos por fora, e novos por dentro. Porque ser jovem é bom. Mas não basta ser jovem, tem de ser jovem por fora e ter conteúdo por dentro. Banimos os rituais de passagem para termos tudo de uma vez. Para sermos Barbies e Kens eternos. Lindos, inteligentes e multiprofissionais.
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